quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O INDISPENSÁVEL .45ACP



"A munição .45ACP foi desenvolvida por necessidade, em 1904, por um dos gênios das armas, John Moses Browning, para ser usada na sua nova pistola semiautomática da Colt.

Na época da Rebelião de Moro, nas Filipinas, a cavalaria dos EUA foi armada com revólveres de dupla ação em .45 Colt e .38 Long Colt além de rifles .30-40 Krag. Os insurgentes de Moro provaram ser oponentes formidáveis e tanto o .38 Long colt quanto o .30-40 foram deficientes em parar os guerreiros de Moro.

Com o resultado da experiência nas Filipinas e com os resultados do teste da Thompson-LaGarde em 1904, o Exército e a cavalaria dos EUA decidiram que o .45ACP deveria ser o mínimo necessário para a arma de qualquer militar.
Munição American Eagle .45ACP 230gr FMJ

No tempo, Colt e John Browning estavam trabalhando numa munição de calibre .41 para a nova pistola de Browning. Eles modificaram seu calibre resultando no modelo de pistola 1905 com o a nova munição .45ACP.

Depois de testar o calibre em diversos departamentos governamentais e em outras empresas americanas, eles fixaram o projétil com 230 grains com uma velocidade de 850fps (algo em torno de 260m/s).

Em 1906, o Exército Americano decidiu conduzir uma série de testes para determinar a melhor pistola a ser adotada como arma secundária para os militares, convidaram então a indústria de armas a levarem seus protótipos para serem testados. Modelos de três fabricantes fizeram a primeira série de testes, Colt, DWM e Savage. Uma companhia, a DWM, mesmo passando pelo corte no primeiro “round”, se retirou dos testes, deixando a competição apenas entre Colt e Savage.

Colt 1911 .45ACP
O segundo teste foi em 1910, com a Browning desenhada a mão para Colt sair por cima. Foi adotada como o Modelo 1911, agora um ícone entre as armas curtas. Daquele ano até 1985, a 1911, e sua modificação, 1911 A1, em .45ACP, foi a pistola padrão dos militares dos EUA, atestando o sucesso de suas aplicações militares. Ela foi eventualmente trocada pela Beretta M9 em 9mmP, entretanto, algumas unidades mantiveram as 1911 A1 como primeira arma secundária.

Como um jovem, as excedentes  1911 A1 eram itens comuns em lojas de penhor e lojas de armas. Elas não eram caras e eram no, já pleno e barato, calibre .45ACP. A primeira que me lembro ter visto foi uma 1911 A1 que alguém cromou e trocou as talas originais por uma de chifre de veado.

Eu comprei a arma e 100 munições militares por algo em torno de US$ 25,00. Isso deve ter sido no final dos anos 50, eu acredito. Na época eu pensei que era a combinação entre gato e “miau”, porém, era horrível, embora atirasse bem e tendo servido seu propósito admiravelmente, se necessário.
A balística do .45ACP é anêmico aos padrões de hoje. Mesmo com uma carga militar padrão de um projétil FMJ de 230 grains a 830FPS é, pela maioria das avaliações, formidável, mas os produtores do calibre continuam alterando-o.

A pressão máxima estabelecida pela SAAMI (Sporting Arms and Ammunition Manufacturers' Institute – Instituto de Esporte com Armas e Produtores de Munição.) é de 21,000PSI. Maiores pressões e maiores velocidades são consideradas sagradas hoje em dia e, consequentemente, a SAAMI aprovou o aumento da pressão para 23,000PSI para o .45ACP +P. Porquê? Não sei dizer.

Para defesa pessoal e residencial, a pressão de 21,000PSI supre perfeitamente seu propósito, portanto o aumento da pressão foi uma solução para um problema inexistente.

Soma-se a essa opinião, a desvantagem de adicionar pressão à munição. Enquanto a munição de padrão militar do .45ACP, disparado de uma 1911 A1 ou qualquer uma das tantas outras 1911, não possui de forma alguma um recuo ruim, mas se vê necessário treino para conseguir controla-la melhor. Adicione ao recuo e também devemos adicionar o treinamento.

A maior reclamação que escutava no estande de tiro durante minha carreira militar atirando com a 1911 A1, era o seu recuo muito forte."
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Tradução feita por: Ricardo Mello de Andrade
O texto original foi retirado da página Gundigest

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