"A munição .45ACP foi desenvolvida por necessidade, em 1904,
por um dos gênios das armas, John Moses Browning, para ser usada na sua nova
pistola semiautomática da Colt.
Na época da Rebelião de Moro, nas Filipinas, a cavalaria dos EUA foi armada com revólveres de dupla ação em .45 Colt e .38 Long Colt além de
rifles .30-40 Krag. Os insurgentes de Moro provaram ser oponentes formidáveis e
tanto o .38 Long colt quanto o .30-40 foram deficientes em parar os guerreiros
de Moro.
Com o resultado da experiência nas Filipinas e com os
resultados do teste da Thompson-LaGarde em 1904, o Exército e a cavalaria dos
EUA decidiram que o .45ACP deveria ser o mínimo necessário para a arma de qualquer militar.
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Munição American Eagle .45ACP 230gr FMJ |
No tempo, Colt e John Browning estavam trabalhando numa
munição de calibre .41 para a nova pistola de Browning. Eles modificaram seu
calibre resultando no modelo de pistola 1905 com o a nova munição
.45ACP.
Depois de testar o calibre em diversos departamentos
governamentais e em outras empresas americanas, eles fixaram o projétil com 230
grains com uma velocidade de 850fps (algo em torno de 260m/s).
Em 1906, o Exército Americano decidiu conduzir uma série de
testes para determinar a melhor pistola a ser adotada como arma secundária para
os militares, convidaram então a indústria de armas a levarem seus protótipos
para serem testados. Modelos de três fabricantes fizeram a primeira série de
testes, Colt, DWM e Savage. Uma companhia, a DWM, mesmo passando pelo corte no
primeiro “round”, se retirou dos testes, deixando a competição apenas entre
Colt e Savage.
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Colt 1911 .45ACP |
Como um jovem, as excedentes 1911 A1 eram itens comuns em lojas de penhor e
lojas de armas. Elas não eram caras e eram no, já pleno e barato, calibre
.45ACP. A primeira que me lembro ter visto foi uma 1911 A1 que alguém cromou e trocou
as talas originais por uma de chifre de veado.
Eu comprei a arma e 100 munições militares por algo em torno
de US$ 25,00. Isso deve ter sido no final dos anos 50, eu acredito. Na época eu
pensei que era a combinação entre gato e “miau”, porém, era horrível, embora
atirasse bem e tendo servido seu propósito admiravelmente, se necessário.
A balística do .45ACP é anêmico aos padrões de hoje. Mesmo
com uma carga militar padrão de um projétil FMJ de 230 grains a 830FPS é, pela
maioria das avaliações, formidável, mas os produtores do calibre continuam
alterando-o.
A pressão máxima estabelecida pela SAAMI (Sporting Arms and Ammunition Manufacturers'
Institute – Instituto de Esporte com Armas e Produtores de Munição.) é de 21,000PSI. Maiores pressões
e maiores velocidades são consideradas sagradas hoje em dia e,
consequentemente, a SAAMI aprovou o aumento da pressão para 23,000PSI para o
.45ACP +P. Porquê? Não sei dizer.
Para defesa pessoal e residencial, a pressão de 21,000PSI supre perfeitamente
seu propósito, portanto o aumento da pressão foi uma solução para um problema
inexistente.
Soma-se a essa opinião, a desvantagem de adicionar pressão à munição.
Enquanto a munição de padrão militar do .45ACP, disparado de uma 1911 A1 ou
qualquer uma das tantas outras 1911, não possui de forma alguma um recuo ruim,
mas se vê necessário treino para conseguir controla-la melhor. Adicione ao
recuo e também devemos adicionar o treinamento.
A maior reclamação que escutava no estande de tiro durante minha
carreira militar atirando com a 1911 A1, era o seu recuo muito forte."
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Tradução feita por: Ricardo Mello de Andrade
O texto original foi retirado da página Gundigest